minhas memórias pela memória dos meus pais

Histórias de Marisinha ou Pitty - contadas por meus pais

vocabulário ~~~~

á meu! quanto tentavam tirar o meu microfone. adorava gravar minha voz nas fitas k7 e ouvir depois.

á medo! para atravessar a gradinha de uns 40 cm de largura do meu bloco - vai que abre, né? precavida, quase sempre.

ói a abeinha! para adormecer meus pais iam dar uma voltinha comigo de carro e eu adorava ver uma abelhinha propaganda de uma poupança em um dos letreiros luminosos do Conjunto Nacional. Já chegava dormindo em casa.

pesadelos: fantasmas ou bruxas. só melhoraram quando o meu irmão nasceu e veio dormir no meu quarto, acalmou um pouco meu coração. de repente eu era encontrada dormindo debaixo da cama dos meus pais, ou na porta do quarto deles. 

curiosidade sobrenatural: eu chorava muito à noite, dizia que uma tal "mãe pequininha" vinha brincar comigo à noite e eu ficava cansada, não conseguia dormir. meu tio era da umbanda e me levou lá, dizem que fecharam a minha mediunidade visual, para eu ter mais tranquilidade. a mãe pequeninha era uma velhinha, pequena, de cabelos compridos e brancos. que entidade será essa, gente?

adorrrado = dourado - amava sapato dourado, mas estava sempre de sandalhinha ortopé branca, ou chinelinho que fazia barulhinho, o meu era vermelho, aliás, minha cor favorita quando pequena.

finalmente aos 3 anos minha mãe me deu o tal sapato adorado.

personagem = garibaldo, até uns 3 anos, depois a emília do sítio.

primeiro filme no cinema: branca de neve, no cine márcia e o segundo, bernardo e bianca, em 1977 ou 78.

programa de tv favorito: o sítio do picapau amarelo, desenho do gato félix, ... pantera cor de rosa, ...

música que mais gostava: estúpido cupido. acho que era tocada na abertura de uma novela, e eu achava linda, vivia cantando, rouquinha.

gostava de brincar de responder o que cada pessoa da família estava fazendo, os de são paulo, já que todos estavam lá! as lembranças que eu tinha de cada um faziam todos rir! vovó costurando, vovô matando mosquito ou no barracão - uma lavanderia e também cantinho da casa do meu avô, cheio de trecos preciosos para ele e que atiçavam a curiosidade dos netos.

era louca para ter um cabelo bem comprido, mas o meu crescia devagar e vivia chanel ou no ombro. assim, brincava pela casa com calças de pijama na cabeça, que imaginava serem meus longos cabelos.

não comia arroz, dos 3 aos 13 anos, não sei o motivo, e meu prato favorito era feijão puro, com farinha de mandioca torrada. 

bala favorita: mastiguinhas. era uma vitamina na verdade, que segundo meus pais era cara, por isso só ganhava de vez em quando. 

aos 2 anos minha avó laura matou um frango e colocou na mesa, com as perninhas, antes de assar. eu perguntei: que é ixo? responderam, é cocó. a partir desse dia não comi mais frango, até uns vinte anos, quando reinseri peito de frango na dieta. rsrsr mas coxa, sobrecoxa, tudo que me lembre a cocó, não desce. 

medos: bruxa, fantasma, ia para baixo da cama dos meus pais e era encontrada lá pela manhã. lá eu estava segura! 

picolé favorido: eskibon, que vinha em uma caixinha. me lembro bem do meu pai me levantando para eu pegar um porque me comportei tirando sangue. e sorvete favorito era um que chamavam de tijolo, que era metade chocolate, metade creme ou baunilha! tinha desse aos sábados ou domingos.

lembro do dia que fui visitar meu irmão no hospital, chegando no hospital de carro, fazendo uma grande curva que tinha no fim da asa norte e meu pai mostrando: lá é o hospital.

lembro bem da minha mãe segurando meu irmãozinho no colo, ela estava contra a janela, com uma camisola rosa bem clarinha, contrastando com o céu azul bebê da manhã atrás dela. era uma luz muito forte e ao ver o primeiro quadro de uma madona, me lembrei imediatamente dessa cena.

meu irmão nasceu com a cabeça um pouco machucada, após um parto dificílimo. Ao vê-lo, estranhei a cabeça raladinha e sugeri: troca o nenê. 

certa vez esqueci uma boneca muito queridinha no avião, meu pai ligou para a companhia, ou foi ao aeroporto, à noite, porque eu estava inconsolável. a boneca estava lá!

não gostava dos gominhos do suco de laranja, queria tomar sempre coado. certa noite minha mãe me deu um copo para tomar, cheio de gominhos. pedi para dar uma volta na sala, e despejei o suco todo num vaso de plantas grande que minha mãe tinha na sala. lembro bem da cena. voltei um minuto depois informando: tomei tudo. minha mãe percebeu o truque, claro, ficou bem brava. 

hepatite, roubei desenhando um cinco invertido.

atividades do meu pai no caderninho, sequencias de desenhos, letras, adorava fazer isso!

histórias das ciganas




Comentários

marisa disse…
Aos dois anos desapareci de repente em uma loja de departamento grande do Conjunto Nacional. Minha mãe, ao dar falta de mim, saiu andando pelos corredores e me viu sendo arrastada por uma moça de cabelos negros e bem longos. Ela gritou meu nome e a moça me largou e minha mãe correu na minha direção. Aventuras de Marisinha, quase raptada por uma cigana. E essa foi a parte 2.
Quando bebê meu pai foi para um passeio nos Andes com amigos, e minha mãe não quis, achou melhor ficar no centro de San José comigo, que tinha uns 3 meses.
Umas mulheres com aparência cigana a cercaram, pediam para ler sua mão.
Uma delas gritava: - Dá-me la niña, dá me la niña.
Se me lembro minha mãe, então uma mocinha de 25 anos, branquela e paulista viajando para o exterior pela primeira vez, saiu correndo comigo, até as ciganas sumirem da vista dela. Quase rapto por ciganas parte 1.

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